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  • Jan 23, 2023
  • 1 min read

Ô Isa, cadê?

Ô Isa, cadê?

O samba não é mais o mesmo sem você


Ô Isa, quando você volta?

Pro samba, tanto faz

Toda hora é hora

Ô Isa

Ô Isa, não enrola

Levanta, sacode a poeira

E volta pra roda


Isa, era muito bom te ver

Deixando a tristeza pra lá e sambando a alegria de viver

E ver

No que vai dar

E deixando o que já foi

Bem lá pra trás


O samba é seu habitat de paz

O samba é seu habitat de paz

Ô Isa


Ô Isa, eu sei

As pancadas que doem em você

Não doem em mais ninguém

Porém

Sem você, minha amiga

Como que se samba na cara da dor e do Rei?

Ô Isa


Mesmo que a dor não passe agora

Com sua cor pintando em volta

Tem muito mais valor a nossa roda

Ô Isa

Segura essa dança na ginga

Mesmo que segurança não haja

Batuque é Redenção

Cura é som da caixa

Ô Isa


Ô Isa, ô Isa

É de você que o samba precisa

Cadê você

Volta logo

Chega de sofrer


Ô Isa, cadê?

O samba não é mais o mesmo sem você

O samba não é mais o mesmo sem você

O samba não é mais o mesmo sem você

  • Jan 15, 2023
  • 2 min read

Geraldo não é de sair, preferiu jogar um card game que lembra Magic, só que pelo computador, com os amigos virtuais de sempre, alguns de nunca. Mas se é pelo computador, ainda é card game?


Rômulo tentou sair. Ao chegar no carro se deparou com o pneu murcho. Vou de Uber ou arrumo esse pneu primeiro e vou de carro depois, ele se perguntou. Escolheu a segunda opção. Com a demora no borracheiro, desistiu de ir pro churrasco e voltou pra casa. Mal sabia ele que se tivesse ido, teria batido o carro na volta, pois, depois da bebedeira, não teria visto o buraco na pista, que furaria o pneu já fraquejado e, na batida, teria partido. Melhor assim. Se bem que se só tivesse ido de Uber teria conhecido o grande amor da sua vida, que lhe ajudaria a trocar o pneu no dia seguinte.


Cintia olhou por horas a fio a foto de perfil do ex no WhatsApp. Ensaiou e apagou um texto 3 ou 4 vezes. Por fim, melhor bloqueá-lo, ela pensou, e decidiu dar um tempo do Instagram. Deitou de lado e dormiu. Reescreveu o texto mentalmente mais 5 ou 6 vezes antes do sono finalmente pegá-la.


Michele estava deprimida, coitada. Ficou em casa para um Netflix. Atualizou sua lista de filme para ver no futuro com clássicos antigos e lançamentos atuais. No fim, não escolheu nenhum e assistiu vídeos no TikTok sem ver ou se importar com a hora a passar. Foi bom.


Marcílio, ah esse sim saiu! Só que esqueceu a carteira em casa e não pôde entrar sem identidade na balada. Logo ele que seguia a risca e sagradamente o ritual CCC "celular, carteira, chave". Viu e não percebeu sua próxima paixão fervorosa na fila, que nunca se realizará porque sequer teve a chance de achar lá dentro que era um amor a primeira vista mesmo sendo de segunda. Ela, que percebeu, saberia que era de segunda, já havia se apaixonado de primeira ainda na fila.


Poliana tem um propósito. Não saiu para economizar. Nem pediu iFood. Decidiu cozinhar. Sem os ingredientes que considerava o suficiente para fazer o seu banquete, optou jantar pão com ovo, que não exigia lá muitos ingredientes além de pão e ovo. E sal. Que azar. O ovo veio podre.


Conrado comeu, cagou e dormiu em looping. As vezes brincava de brigar preguiçosamente. Ele é um gato. Todo dia é perfeito. Todo dia é dia. Todo dia é segunda. Ou sábado. 

  • Dec 16, 2022
  • 1 min read

um brinde a todos imundos a todos os frequentadores

de copos sujos


a todos os malfeitores dos bares dos submundos aos ignorantes de fatos e fatores em tragos e goles mudos


a todos os credores que não param enquanto não veem os fundos do poço de amarelas cores dos copos molambo-americanos


um brinde a todos os detratores de afetos e egos feridos de futebóis, sofredores que insistem no errado do humano, os errantes onde todos são igualados do opressor aos oprimidos dos que nunca se dão por vencidos


um brinde, meu chapa mas por favor, esqueça as suas amantes e chame seus camaradas hoje é dia de celebrar a noite dos invisíveis que jamais aqui serão esquecíveis no alto de seus brados retumbantes


um brinde àqueles sócios que anotam a conta nas cadernetas sortudos que são na hora do ócio brindarão todos às saideiras em plenas segundas-feiras louvando a Deus e ao capeta


um brinde de cachaça de qualidade duvidosa de jararaca conservada um brinde de cerveja estupidamente chocada aquela aguada, vira-lata engarrafada


um brinde na mesa de sinuca um brinde aos filósofos de ocasião aos comunistas da revolução aos velhos saudosistas e aos garçons, por que não?


aos jovens e suas catuabas aos sambistas em suas batucadas aos adúlteros em confissão


um brinde, senhoras e senhores e se hoje eu me morrer que seja de mágoas afogadas no fogo de novos ou antigos amores tanto faz desde que seja neste copo sujo o único que me satisfaz às quatro e meia da madrugada


um brinde a todos imundos a todos os frequentadores de copos sujos

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